Diário de um viajante : Léo Grey

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Os Milagres do Sr. Grey

Ok, vamos lá! Concordo que não é comum ver um homem lendo 50 Tons de Cinza no metrô, mas nunca achei que fosse ser olhado como um alien por causa disto.

Fora apenas o primeiro capítulo onde pude constatar a maestria com qual E. L. James nos envolve com seu discurso rápido e viciante. Mas foi o bastante para primeiro me fazer pegar o metrô para o lado errado e então despertar a atenção de uma jovem senhora e sua filha dentro vagão. Por um bom tempo eu não as notei, estava completamente embriagado pela estória e quando dei por mim, me peguei rindo com o canto da boca em alguns momentos. Foi então que resolvi olhar em que estação eu estava, percebendo que tomei o rumo errado. Isto claro, fez com que eu soltasse um palavrão que eu achei que ninguém houvesse percebido. Engano meu.



Provavelmente aquela jovem senhora e sua filha já me fitavam há algum tempo, esta é a explicação mais lógica, pois assim que soltei o palavrão e olhei para frente elas já riam e me olhavam. Sim, riam discretamente, mais riam. Eu, pego de surpresa não pude fazer outra coisa se não dar uma risada tímida achando graça da situação. Por um longo tempo (no meu ver tempo demais!), esperei pacientemente a chegada da próxima estação para que eu pudesse saltar para fora dali e me esconder no primeiro buraco que achasse. Enquanto a bendita teimava em não chegar, eu não me contive e olhei novamente para o lado, só para confirmar que as duas ainda me olhavam, agora com uma espécie de sorriso sacana no rosto que dizia: “Aha! Sabemos o que você está lendo safadão!” Acho que devo ter corado como um pimentão, pois senti minha temperatura subir além dos quase 30 graus que estava no momento. Prometi para mim mesmo que não olharia mais para o lado até chegar a estação, mas nunca fui bom de cumprir regras. Mesmo aquelas criadas por mim. Olhei novamente e me arrependi. Lá estavam elas, ainda com os olhos fixados em mim. A menina parecia um pouco sem graça, mas a mãe? Parecia me comer com os olhos! Até me virei para trás para ver se não estavam olhando outra pessoa, mas não. Não havia ninguém atrás de mim. Então olhei para minha calça, “Talvez eu esteja com o zíper aberto!” Não, tudo em ordem. Me olhei de baixo a acima e analisei minhas vestes. Camisa social clara, calça social escura (É verdade, um pouco mais larga do que eu gostaria, emagreci nos últimos meses) e sapatos pretos surrados, fora da moda. Aparência física: cabelos castanhos, os poucos me restaram, óbvio. Olhos claros (Ah sim, isto é um pontão, quase um bônus), magro (Mas nem tanto. Estou tentando melhorar isto na academia) e o meu melhor trunfo. Aliás creio que tenha sido isto que chamou a atenção das duas: minha altura. Sim, meus bons um metro e sessenta e cinco! É, deliberadamente eu não era nenhum Adônis e muito menos um Christian Grey, mas de alguma forma para aquela mulher eu era. Saí do vagão e pela última vez olhei para aquelas duas malucas lá dentro. Parecia que haviam colado um sorriso em seus rostos. A mãe me deu uma piscadinha e então eu voltei a ler meu livro enquanto pensava sobre o ocorrido. O que me levou a uma breve conclusão. É Sr Grey, realmente o senhor faz milagres. Voltei a ler, queria aprender mais sobre as artimanhas do Sr. Grey.





Escrito por: Leonardo Born

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